Todas as nossas suites Master têm um quarto, WC, e uma cozinha aberta, funcional mas decorativa, com abertura para a sala de estar e jantar, e uma varanda exposta a Sul que convida a um pequeno almoço solarengo ou à conversa com as Vizinhas da Rua. Experiência excepcional e uma localização perfeita.
AMÉLIA
A História da Amélia
Com uns olhos de um azul inesquecível e uma carinha laroca que era uma riqueza, Amélia é recordada como uma mulher simpática e risonha, mas a quem não se podia contar nada, era um verdadeiro saco roto! Sempre que lhe diziam alguma coisa, e por mais segredo que pedissem, lá ia ela espetar a novidade na mercearia, no talho, na frutaria, na esquina de cima ou com quem desse com ela de frente na rua. Não importava a quem dizia! Ela tinha de contar e, principalmente, ser a primeira a fazê-lo, independentemente das consequências!
Se houve algo que percebemos quando perguntámos quem era a Amélia foi que se quiséssemos que a novidade se tornasse pública ela era mais útil do que o jornal da cidade.
Viveu no 2º andar do 238 da Rua dos Caldeireiros a vida inteira e só quem lá parava pela primeira vez é que caía na esparrela daqueles olhos azuis inocentes, de quem não parte um prato, e contava tudo à desbocada que arranjou problemas a tanta gente e contribuiu para a grande percentagem de separações e de amizades desfeitas à data!
Aquilo estava-lhe na essência. Sempre que lhe contavam alguma coisa até parece que sentia o sangue a começar a fervilhar. Os vizinhos que já a conheciam de ginjeira, sabiam perfeitamente quando é que ela ia largar uma bomba aqui ou ali porque o seu corpo rechonchudo até parece que ficava mais esguio, o cabelo preto brilhava mais e os olhos ficavam enormes e quase incandescentes.
Andava sempre à cuca da novidade. Era incrível o tempo que aquela mulher perdia com aquilo! Ora se metia à janela, ora estava à porta, com uma cara de quem não parte um prato e ia sorrindo para os que passavam por lá perguntando como ia a vidinha, a família e o conhecido. Aproveitava para meter o bedelho em tudo, lançava uns “Ai, não me diga…!” mesmo quando estava farta de saber aquilo que lhe acabaram de contar, desejava saudinha, esperava que o pobre coitado virasse a esquina e lá ia ela, repioqueira, desavergonhada e sem qualquer pudor, contar o que lhe haviam acabado de confidenciar quer fizesse sol ou chuva.
A Amélia viveu assim a vida toda e só não falou mais porque havia quem fosse mais esperto que ela e não lhe passasse mais cartão do que um simples Bom dia.
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